ONDE TENHO INVESTIDO MEU TEMPO?

Por Gustavo Carvalho Lins

Inicio este texto com uma reflexão feita pela atriz Fernanda Montenegro: "A beleza só importa nos primeiros 15 minutos. Depois você tem que ter algo a mais a oferecer." E dessa reflexão engato na palavra vaidade.

Assim ensina o livro do Eclesiastes: "Vaidade de vaidades! — diz o pregador, vaidade de vaidades! É tudo vaidade." E diante desse ensinamento e reflexão da atriz, fica a pergunta: onde estou investindo meu tempo? Tempo que não volta mais, tempo tão fulgaz...

Você já parou para verificar que muitas pessoas investem seu tempo e dinheiro no vazio? Sim! No vazio, porque a origem da palavra vaidade vem do Latim vanus, “vazio, ocioso”, do Indo-Europeu wa-no-, de uma raiz eue-, “deixar, abandonar, desistir”. A fim de dar robustez que as vaidades do tempo moderno duram um momento e após disso o que fica?

Onde estou investindo meu tempo? Cuidado que a vaidade é o primeiro pecado capital. Sendo um dos motivos da expulsão de Lúcifer do céu, pois esse queria tomar o lugar de Deus. A vaidade pode nos levar a sensação de sermos auto-suficientes, sendo uma ilusão, pois num mundo tão plural, precisamos dos outros para ser o que sou: Gente!

Já escrevi que você é inédito, mas esse fato, não pode lhe dar o direito de ser superior aos outros. Você é uma flor no quinal de Deus, que somado a tantas outras, foram um belo jardim, pois a beleza está na diferença de cada pessoa.

Portanto, é necessário ter cuidado onde estou investindo meu tempo. Vaidade! Vai... idade... o tempo passa, e tem passado muito rápido...   

O AMOR É EXIGENTE!

Por Gustavo Carvalho Lins

Para amar o próximo tem que ser muito Homem e muito Mulher! Ainda mais dias em que é mais fácil odiar do que ter paciência, ter de escutar, ter de parar para dar atenção ao próximo. E isso num país em que as pessoas se dizem cristãs! Que contra-testemunho à fé que professam e contra-testemunho até à própria essência do ser humano racional!

E aqui vale ressaltar, e deixar o gostinho da leitura (para aqueles que não fizeram) da Carta Encíclica Deus caritas est escrita pelo Papa Bento XVI, em que esse faz uma profunda reflexão desse amor que não se esfarela no primeiro conflito, porque amar é algo a ser construído, e construção leva ao tempo, principalmente quando envolve outra pessoa, assim ensina Bento XVI: "recordemos o vasto campo semântico da palavra « amor »: fala-se de amor da pátria, amor à profissão, amor entre amigos, amor ao trabalho, amor entre pais e filhos, entre irmãos e familiares, amor ao próximo e amor a Deus. Em toda esta gama de significados, porém, o amor entre o homem e a mulher, no qual concorrem indivisivelmente corpo e alma e se abre ao ser humano uma promessa de felicidade que parece irresistível, sobressai como arquétipo de amor por excelência, de tal modo que, comparados com ele, à primeira vista todos os demais tipos de amor se ofuscam. Surge então a questão: todas estas formas de amor no fim de contas unificam-se sendo o amor, apesar de toda a diversidade das suas manifestações, em última instância um só, ou, ao contrário, utilizamos uma mesma palavra para indicar realidades totalmente diferentes?" E para quem é curioso fica a dica da leitura.

Uma pessoa que revolucionou o seu mundo, e sua mensagem, perdura até os dias atuais, foi Jesus Cristo. E a revolução deixada por Jesus é a do amor. E um amor exigente! No sentido de em dos Evangelhos ele exemplificar bem: "Se alguém lhe der um tapa na face, oferece a outra". Imagine isso nos dias de hoje? No Brasil de hoje? Onde é mais fácil você levar um tapa na face e dar ou levar um tiro com a mão. 

A revolução deixada por Jesus, foi com o amor. Repito: o amor é exigente! A ponto de São Francisco de Assis dizer que "o Amor não é amado!". O amor que muitos conhecem é o amor meloso, doce até demais, o amor que diz sim a tudo, mas isso não é amor. O amor é exigente. O amor, às vezes, diz não. Você que é pai ou mãe, com certeza já disse muito não a seus filhos, mas por amor.

Há necessidade de novas atitudes para novos tempos, e atitudes de amor, tal como Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, e tantos outros exemplos de amor vivo para com o próximo. O amor que dá com uma mão e com a outra oferece mais amor.

O amor é exigente! E você é exigente?

O MUNDO IDEAL E O MUNDO REAL

Por Gustavo Carvalho Lins

Você já deve ter ouvido falar: "É preciso emagrecer! Eu poderia ser mais magro, mas tem que fazer dieta e exercício físico? Poxa!" E o texto de hoje, em tempos de pandemia, é sobre o mundo real e o mundo ideal, tenho dito isso para muitas pessoas que me cercam. 

Para se ter o mundo ideal, o corpo ideal, a vida ideal, é importante encarar a realidade. Posso ter o corpo ideal? Posso! Posso ter um planejamento de vida ideal, menos correria, menos estresse? Posso! Mas como chegar a esses propósitos (esses coloco como exemplo, mas você pode ter tantos outros)? Comece do óbvio, qual seja, de sua realidade. Você somente terá o ideal, ou será o ideal e/ou criará um ambiente ideal, qual você mover-se a partir de sua realidade.

"Ah! Mas isso dá trabalho!" Alguns dirão. E eu respondo, sim! Mas vale a pena. O poeta, filósofo, dramaturgo, ensaísta, tradutor, publicitário, astrólogo, inventor, empresário, correspondente comercial, crítico literário e comentarista português. o Sr. Fernando Pessoa tem uma frase célebre: "Tudo vale a pena qual a alma não é pequena."

E para ter-se o ideal, é preciso encarar a realidade posta. Se você está gordo, mova-se! Parta de sua realidade, transforme-a! Se você quer ter ou ser isso ou aquilo, mude a partir de sua realidade.

Mas para isso, a sua alma não pode se apequenar nas desculpas. A sua alma não pode se comparar com ninguém. Até porque, assim como disse num texto passado, você é único e a sua alma também é inédita nesse mundo que Deus lhe deu para ser feliz!

Dificuldades aparecerão? Sim! Muitas, várias, mas para testar sua alma, testar seu corpo, testar seu ânimo. Mas como Pessoa, no término da jornada, você poderá olhar para trás e gritar a plenos pulmões: "Tudo valeu a pena, porque eu não fui medíocre, e minha alma é bem maior que todas coisas, maior do que eu!"

VOCÊ NÃO É INSUBSTITUÍVEL

Por Gustavo Carvalho Lins

Em alguma vez na sua vida você ouviu ou se não ouviu, ouvirá: "Ninguém é insubstituível", principalmente, em ambientes de grande competição e, infelizmente, no ambiente empresarial. E, aí, como o filósofo Mario Sérgio Cortella pergunto: será?

A expressão "ninguém é insubstituível" é algo muito fechado, para o tamanho que você é, pela vida que Deus lhe concedeu. Portanto, você não é insubstituível, mas, aquilo que você faz pode ser que outra pessoa possa aprender e a fazer, não da da mesma forma, porque você é inédito, você exclusivo na sua essência de existir.

John Mayra Donne (1572-1631), poeta inglês, deixou um pensamento que cabe nesse texto: "A morte de cada homem diminui-me, porque eu faço parte da humanidade; eis porque nunca pergunto por quem dobram os sinos: é por mim." Isso porque, quando morre alguém, qualquer pessoa que seja, uma parte do ineditismo que a vida proporciona também se vai com essa pessoa, e essa pessoa não será substituída, por ela ser única e irrepetível.

Portanto, antes que os sinos dobrem por você, e tenha certeza que um dia isso acontecerá, pois somos finitos nesta terra. Seja mais amor, mais produtivo, acorde com a certeza de este dia é um presente único e seja pleno, seja 100% naquilo que faz, e, espero que faça para o bem.

 

É NECESSÁRIO SER INDIVIDUALISTA

Por Gustavo Carvalho Lins

Acordei às 5h da manhã, como faço todos os dias, e realizei a rotina necessária para o despertar completo. Tomei meu copo de água mineral e liguei a TV num profissional renomado no mercado econômico chamado de Pablo Marçal, apresentado a mim por um amigo/anjo. E fui impactado com uma palavra que se destacou de tantas que ele disse: é necessário ser individualista! Logo, em tempo de pandemia e não pandemia é necessário ser individualista.

Fui à academia... Sim! Em tempos de pandemia, algumas pessoas reforçam os músculos e reforçam a alma para enfrentar o dia. E a palavra de ser individualista, ressoa em meu peito. Em meu ser.

E aí fui, tal como um bom vinho é maturado em barril de carvalho. E concordei com Pablo, a partir de uma passagem do Evangelho, de que certa forma Jesus Cristo também nos pediu isso: É necessário ser individualista.

Sim! Estão estupefatos? Jesus nos pediu que sejamos individualistas. E explico.  Em Mateus 22, 39, você encontra essa dica de Jesus Cristo. Para eu poder dividir, partilhar e somar com os outros, preciso fazer esse exercício comigo mesmo. Dividir momentos de experiências únicas comigo mesmo, partilhar dúvidas, esperanças, projetos, planos para o futuro e somar forças para sair do mundo das ideias, para colocar em prática, primeiro solitariamente e, assim, estender a mão e poder fazer esse exercício do lado de fora de mim, com o outro.

Um grande pensador do século II, Agostinho de Hipona, que entendeu a necessidade de encontrar o Dom Maior. Primeiramente, procurou nas coisas, nas pessoas, e não encontrou nada, somente a decepção. Então, foi necessário entrar para dentro de si mesmo, viver um pouco o individualismo para explodir para um bem maior para si e depois para os outros.

Pare de ser chorume e seja gente! 

É NECESSÁRIO E R U D I T A R!

Por Gustavo Carvalho Lins

Às vezes crio novas palavras (neologismo), a partir de outras já existentes, e, hoje pela manhã, veio à mente a palavra erudito, aguçado pelo filósofo Mario Sérgio Cortella, e em tempos de pandemia, do tão falado "isolamento social" (entre aspas porque nunca as pessoas tiveram tão juntas e grande parte da população brasileira gosta de quebrar regras), mas vamos ao motivo do texto: em tempos de pandemia ocasionada pelo novo Coronavírus é necessário eruditar!

Sim, repito: E R U D I T A R!

Erudição, advém do latim eruditus, sendo, conforme diversos dicionários, aquele que é detentor de uma vasta cultura, sendo que essa palavra, também, pode ser aplicada à música ou à leitura, e à cultura de forma geral.

E qual a relação de erudição e pandemia? Digo que é uma relação de amizade, quase amorosa. Isso porque, tempos de pandemia, com o passar dos dias, as pessoas tendem a ficar rancorosas, impacientes, desesperançosas e até doidas (nos casos mais graves). Entretanto, é um ótimo momento para retirar o ranço, retirar a impaciência, retirar a desesperança e retirar, em alguns casos, hábitos que nos levam à beira da loucura. Portanto, é necessário: E R U D I T A R!

É necessário avançar para águas mais profundas, como orientou Jesus Cristo aos seus discípulos. É necessário sacudir a poeira da preguiça que tende a se depositar em nossas mentes e em nossos corações, por falta de uso. Agora, cuidado! Ser erudito, não é ser arrogante, achar-se melhor, o último morango do nordeste, ou de qualquer outra região do planeta, pois podemos em vez de dar um passo adiante, retroceder quilômetros.

Portanto, ser erudito ou ter erudição, não significa sair arrotando que "sou o melhor, por isso os demais não são ninguém", muito pelo contrário. O erudito respeita o próximo, dá bons conselhos, ajuda a clarear o que está escuro. Portanto é preciso E R U D I T A R, em tempo de pandemia, e, sobretudo, quando a anormalidade voltar ao seu normal.

E, digo, para finalizar, é bom E R U D I T A R, e para esse exercício, às vezes, a nossa alma precisa desbundar as coisas belas e simples da vida.   

NÃO VAI PASSAR...

Por Gustavo Carvalho Lins

Depois de um bom tempo sem escrever um texto, resolvi, em plena pandemia ocasionada pelo novo Coronavírus (COVID-19), escrever algo sobre uma frase que todos os dias é dita em redes de rádio e televisão país a fora, e escrita com assiduidade: "Vai passar!". E, aí, eu me pergunto: Vai passar o quê?

Neste tempo de pandemia, muitos já disseram: 2020 é um ano perdido! Cancele o ano de 2020! E tantas outras expressões semelhantes a essas ou outras que chegam a ser um sacrilégio contra Deus e à Humanidade. Não concordo, mas respeito as opiniões.

Certamente, a comunidade científica vai encontrar um vacina, não para tirar o vírus SARS-CoV-2 de circulação, pois esse será tal qual tantos outros, que é combatido com ciclos de vacinação estipulado pelos órgãos de saúde, logo, não vai passar! O vírus continuará seu curso, como tantos outros. O que haverá é a prevenção.

Agora, o que não pode passar de jeito nenhum, foi essa parada salutar que essa pandemia proporcionou ao mundo. Esse puxão de freio de mão nas pretensões das nações. Essa sacudida na árvore para que aquilo que estava podre caísse e pudesse a árvore da vida, continuar sem sobrepeso. E um recomeçar. Nada de novo! Até porque a roda já está criada.

O que não pode passar é banho de humanidade que esse vírus proporcionou a todos os sere humanos. É um parar, o sair do automático do cotidiano e viver uma perspectiva de olhar o próximo, principalmente, os mais desvalidos. E essa pandemia veio escancarar as mazelas da sociedade mundial e um novo movimento da solidariedade.

Espero que após encontrar a vacina, e os ciclos de vacinação serem estabelecidos, não passe a solidariedade com os pobres, com os desempregados e fique a lição dada pelo vírus. E que o vírus Ágape se espalhe nas atitudes da humanidade renascida.